01/10/2007

«Olha o arrastão à calhauzada parte II»

Deixaram os bares e discotecas da noite da capital e, “como sempre aos fins-de-semana”, invadiram o comboio da Linha de Sintra, adianta ao CM fonte policial. “Mais de 30 vândalos” foram ontem apanhados sem bilhete e apedrejaram carruagens quando fugiam.


Foram apanhados? Mas andam a tentar enganar quem? Adjectivo de apanhado:
agarrado; apreendido; preso, e isso foi coisa que não aconteceu. Dos 30 apanharam 1, como é que sabem que os outros tinham ou não bilhete, se calhar até tinham, se calhar optaram por ir embora em sinal de protesto contra o preço exorbitantes dos bilhetes.

O revisor viu uma faca ser-lhe apontada ao peito e instalou-se o pânico na estação da Amadora.

Como diria o Major Valentim Loureiro diria, só uma pessoa de má fé não via que o jovem estava a ajudar o revisor a cortar um fio que estava puxado na farda.

No momento em que entrou um grupo de revisores, na Amadora, eram “mais de 30 a tentar sair à pressa, com insultos e empurrões pelo meio. E os dois agentes da PSP presentes na carruagem foram impotentes para suster a força de 30 homens em fuga.

Mas não é normal? É uma coisa normalíssima, é tão normal como entrarmos num talho e de repente sairem da câmara frigorífica um grupo de talhistas, ou entrar num centro comercial e ver vários indivíduos da segurança, um gajo até se assusta, fica horrivelmente perturbado e tem que fugir naquele momento. Onde esta a crise dos jovens terem fugido?

Alias os revisores detem em seu poder uma arma de destruição maciça, o pica bilhetes. Aquele som é macabro.


Mal conseguiram escapar, começaram a apedrejar a carruagem com pedras que apanharam na linha dos comboios, instalando o “pânico” entre dezenas de passageiros a bordo.

Claro que isto gerava o pânico em aspas, porque afinal não era assim tão grave. Apesar de chover calhaus da calçada pelos vidros a dentro é habitual, que venha o primeiro a dizer que não é banal nós irmos no comboio descansados com os nossos filhos e começar a levar com os calhaus. É chamado o tempo de qualidade.

Grupos deste tamanho sem bilhete nas primeiras viagens da madrugada, “infelizmente, está dentro da média aos fins-de-semana”, lamenta um polícia. Mas “já não se assistia ali a esta violência há algum tempo – as pessoas dentro do comboio tiveram de se baixar para fugir às pedras”.

Foda-se, e eles a darem-lhe com o sem bilhete! Apanharam um sem bilhete, e quem lhes diz que não caiu enquanto ele corria, ah pois é...

Ainda bem que mais uma vez, infelizmente está dentro da média aos fins de semana em aspas, ah pois, mesmo lixado era acontecer aos dias de semana, são sempre mais 3 dias que ao fim de semana, isso é que não.

Ui, eu nem me lembro há quantos anos não assistia a problemas na linha de Sintra, ui ui! As pessoas a baixarem-se para fugirem às pedras, aquilo não eram pedras meus amigos, tem tudo haver com o projecto tecnológico do governo, hologramas meus amigos, parece real pois, mas não é....

O comboio seguiu viagem mas, “enquanto metade dos elementos do grupo se escapou a pé pela Linha de Sintra, outros esperaram pelo comboio seguinte” – apesar de já terem à sua espera a PSP de Monte Abraão, chamada ao local pela CP.

Quando se chega atrasado para apanhar o comboio espera-se por outro, ou não? Queriam que eles fossem para casa? Eles sabem bem que não podem faltar às aulas por causa do aproveitamento escolar. A PSP fazia parte do programa escola segura que iria escoltar os jovens porque eles já foram várias vezes vitimas de assaltos, e aliciados para entrarem no mundo do pequeno crime.

As cenas de violência repetiram-se. Mais de 15 homens lançaram pedras contra este segundo comboio e contra os agentes da polícia que estavam no local. E um revisor da CP, “mal se aproximou de um dos elementos, foi logo afastado pela lâmina de uma navalha encostada ao peito”, conta uma das testemunhas.

Ina, mais 15 homens, então e os putos chegaram a ir para a escola ou não? Todos sabemos que quando queremos afastar alguém de nós, fazemos sempre com uma arma branca, é bem mais fácil.
Com as mãos não, podemos sempre fazer um doi doi nas articulações.


O grupo só dispersou no momento em que um agente puxou da pistola e deu dois tiros para o ar. A polícia só conseguiu fazer um detido, que apontara a faca ao revisor. Levado à esquadra para identificação, foi notificado para comparecer em tribunal e acabou libertado.

Espero que algum jovem tenha conseguido filmar no seu nokia topo de gama que a loja lhe ofereceu a brutalidade policial. Tiros para o ar é a ameaçar as pessoas, é o sinal de: "o próximo enfio-to no bucho seu filho da pu*a".

Relembro que existe um programa do bloco de esquerda que visa retirar os meios bélicos à policia e munir-lhes de meios humanos para poder lidar com estas situações. Dar ao mesmo tempo formação humana às nossas polícias e cursos de desobediência civil aos "atira calhaus". Já era altura de o governo pegar no projecto bloquista.

Só mesmo uma pessoa de má fé, e ainda bem que o juíz não o foi, viu que o movimento de alongar o braço com uma faca ao peito de outro, quer dizer:
"...opá, amigo, afasta-te um pouco que estas no caminho da porta do WC para eu ir cagar."
Fonte: CM

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