Nestes últimos tempos houve quem tivesse tido a coragem de dar a sua opinião publicamente acerca do caso que leva 36 pessoas a julgamento por crimes de descriminação racial.
Existe verdadeiramente quem preze a liberdade de expressão para que com isso possamos consolidar uma democracia que nos dias que corre é mais a dita dura democrática ao estilo soviete.
"O Bastonário", por Joaquim Letria
«António Marinho Pinto, o bastonário da Ordem dos Advogados, deixa os seus mais próximos antecessores a espumarem de raiva. Também os seus mais prósperos pares ficam perdidos ao se lhe referirem - vi eu uns e outros, com estes que a terra há-de comer.
Quando com aquele seu invejável sotaque de Coimbra, Marinho discorre acerca da justiça e da corrupção, o povão adora ouvi-lo e anima-se de esperança.
Ao ir visitar o preso político Mário Machado, "preventivamente preso há mais de um ano, a aguardar julgamento pelo crime de discriminação racial e infracções conexas, incluindo o crime de dano e ofensas à integridade física", é isso que Marinho Pinto faz.
Marinho Pinto também foi preso político, antes do 25 de Abril, e, se calhar, quem atirou a primeira pedra ao skin Mário Machado andou na Bufa (mocidade portuguesa), ou safou-se à justa e só por falta de idade.»
Joaquim Letria, Jornal 24 Horas, 08 de Abril 2008
21 de Agosto de 2007
«Esta velha questão volta sempre, mas volta porque tem implícita um problema que é uma incomodidade para muitos: se a manifestação de Silves fosse de skinheads ou do PNR, contra uma herdade que tinha trabalhadores indocumentados do Magrebe, a GNR colocaria dois guardas a vigiá-la ou haveria um aparato bélico por tudo quanto era campo? E não haveria prisões e barrreiras policiais? E preciosismos jurídicos para explicar por que não houve detenções? E não teriamos já tido o PM com declarações veementes sobre a ordem pública e os energúmenos nazis?
Todos sabemos a resposta.»
ABRUPTO (de José Pacheco Pereira)
17 de Setembro de 2007
«temos um interessante critério político na "pressa" em evitar a saída de alguns presos preventivos. Alguém, pressuroso, informou os órgãos de comunicação social que o país pode estar calmo: saíram ou vão sair acusados de assassinatos, violações, etc., mas não será libertado Mário Machado, o dirigente dos skinheads, que é acusado de incitar ao ódio racial, algo que em países genuinamente liberais não é crime, nem sequer delito de opinião. Tudo na longa manutenção de prisão preventiva de Mário Machado é estranho e aponta para razões puramente políticas, o que é inadmissível numa democracia.»
«Mário Machado está preso há mais de um ano sem situações que possam justificar decisão», afirmou Marinho Pinto
O advogado de Mário Machado, José Manuel Castro, diz que a prisão do líder de extrema-direita, Mário Machado, parece ter «motivos políticos».O advogado de Mário de Machado diz subscrever as declarações que Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, prestou à saída da prisão, «no que concerne as preocupações sobre este tipo de processo numa república e democracia saudável».
Marinho Pinto visitou hoje Mário Machado na Gomes Freire, em Lisboa, onde este se encontra preso preventivamente a aguardar julgamento pelo crime de discriminação racial.
O bastonário da Ordem dos Advogados considerou que o líder de extrema-direita é vítima de «fundamentalismo justiceiro» e que «o direito criminal foi longe demais».
«Mário Machado está preso há mais de um ano sem situações que possam justificar decisão», afirmou Marinho Pinto à imprensa, quando abandonou as instalações da Gomes Freire.
«Acho que, numa democracia, não há lugar para processos pouco claros», disse José Manuel Castro. «Poucos ou nenhuns factos justificam a manutenção da prisão, parece que é uma prisão por motivos políticos».
Fontes: Prisões de Abril; Abrupto
Sem comentários:
Enviar um comentário